Em um povoado perdido em algum lugar da América do Sul, a chuva constante e a lama fazem parte do cotidiano de seus habitantes, com suas vidinhas insípidas e sem perspectivas. As construções senhoriais decadentes revelam uma expectativa de progresso que não se realizou em um passado remoto. Essa estagnação sofre um abalo quando bilhetes anônimos espalhados pela cidade denunciam traições amorosas e políticas, assassinatos, segredos de famílias envolvendo filhos bastardos e romances escusos. Todos se sentem atingidos e ameaçados, dos cidadãos mais eminentes aos mais humildes. Todos parecem ter algo a esconder e a revelar. Qualquer habitante pode ter sido o autor dos bilhetes, ou a próxima vítima. Depois de anos de dissimulação, é chegado o dia do acerto de contas. Ao longo de 24 horas, paixões ocultas são reveladas, a violência eclode, a hipocrisia é desmascarada. Em confrontos políticos, familiares e amorosos, e vinganças longamente planejadas, a verdade é finalmente revelada. Mas a verdade pode ser aquilo em que se acredita. Do rico universo imaginário de García Márquez, os personagens de O Veneno da Madrugada vivem situações limite na fronteira do amor e do ódio, da vida e da morte, do banal e do extraordinário, da verdade e de suas muitas possibilidades...